segunda-feira, 17 de junho de 2013

El primer mamut descubierto en Galicia (1961)

Molar del mamut de Buxán (Foto: Xoán A. Soler - La Voz de Galicia)
En 1961 se descubrieron en una cantera del municipio de O Incio (provincia de Lugo) los primeros restos fósiles de mamut encontrados en Galicia. El hallazgo se produjo de manera fortuita en la localidad de Buxán, durante las tareas de extracción de piedra caliza para una fábrica de cemento de la antigua empresa Cementos del Noroeste, hoy perteneciente a la multinacional portuguesa Cimpor. Los restos aparecieron mezclados con arcilla en el interior de una grieta rocosa. El jefe de cantera Ramón Pedreño se dio cuenta de que debían de pertenecer a alguna especie extinguida de gran tamaño y comunicó el descubrimiento al geólogo Isidro Parga Pondal, accionista de la empresa cementera. Al examinar las piezas, el cientifico constató que se trataba de un conjunto de dientes y fragmentos de hueso de un mamut.

Mammuthus primigenius - Ilustración de Mauricio Antón
Los restos fósiles encontrados en la cantera de Buxán consisten en un molar inferior derecho casi entero de 19,5 centímetros de longitud y 14 de anchura, y un trozo de molar
inferior izquierdo, de 8 centímetros de largo y 18 de anchura. En el lugar también se hallaron dos vértebras fragmentadas, un pedazo de un hueso largo y pequeños trozos de hueso no identificados. En el estudio de estas piezas participó el paleontólogo Emiliano Aguirre, quien años más tarde sería el primer director de las excavaciones del célebre yacimiento paleolítico de Atapuerca. Los investigadores concluyeron que los restos pertenecían a un mamut lanudo (Mammuthus primigenius). Desde entonces no se han descubierto otros vestigios de esta especie en Galicia. El fósil de Buxán sigue siendo el animal de mayor tamaño, de cualquier época, encontrado en el noroeste de la Península Ibérica.

Woolly mammoth: Secrets from the Ice (Documental de la BBC - 2012)
 Los restos del mamut de Buxán se conservan en el Museo de Historia Natural Luis Iglesias, perteneciente a la Universidad de Santiago de Compostela. Su antigüedad exacta se desconoce, ya que hasta ahora no se ha realizado con ellos una datación radiométrica. Pero cabe suponer que data de uno de los periodos más fríos del Pleistoceno. Un estudio publicado por los paleontólogos Diego Álvarez-Lao y Nuria García en la revista Quaternary Science Reviews explica que la presencia de especies como el mamut lanudo, el rinoceronte lanudo y el reno en la Península Ibérica no fue constante, sino que se registra solo en los episodios de frío más intenso de la Edad de Hielo. En esos periodos, los animales adaptados al clima glacial se habrian visto obligados a migrar hacia el sur para sobrevivir, puesto que los mantos de hielo que cubrieron por entonces extensas regiones del centro y del norte de Europa les impedían encontrar pastos. En el sur del continente convivieron con especies como el ciervo, el corzo y el jabalí, más propias de los climas templados.


quinta-feira, 13 de junho de 2013

Modesto Brocos, um pintor galego no Brasil

Engenho de mandioca, de Modesto Brocos, 1892 (Wikimedia Commons)








Em 1872 chegou pela primeira vez ao Brasil o pintor, gravador e desenhista Modesto Brocos, nascido em Santiago de Compostela (Galiza) em 1852. Era o irmão mais novo do escultor Isidoro Brocos, uma das figuras mais relevantes da arte galega contemporânea, professor de Pablo Picasso na Escola de Belas Artes da Corunha. Modesto Brocos recebeu de seu irmão as primeiras lições de desenho e com apenas 18 anos de idade emigrou para a Argentina, onde trabalhou como ilustrador para a revista Anales de Agricultura e outras publicações. Dois anos mais tarde estabeleceu-se no Rio de Janeiro. Durante a sua primeira estada no Brasil freqüentou como aluno livre a Academia Imperial de Belas Artes, foi discípulo dos artistas Vítor Meireles e João Zeferino da Costa e realizou xilogravuras para o periódico ilustrado O Mequetrefe.

Retrato da escritora galega Rosalia de Castro, por Brocos
Brocos retornou à Europa em 1877. No decurso dos seguintes anos residiu na França, na Espanha e na Itália. Em Paris foi aluno da Escola Nacional Superior de Belas-Artes, onde teve como condiscípulos os pintores Georges Seurat e Joaquín Sorolla. Em Madri estudou na Real Academia de Belas-Artes de São Fernando e em Roma, na Academia Chigi. Em 1890 voltou ao Rio de Janeiro e no ano seguinte, depois de adquirir a cidadania brasileira, foi nomeado professor da Escola Nacional de Belas Artes. Nesta mesma escola apresentou em 1892 uma exposição individual da qual fazia parte uma das suas mais célebres obras, o quadro Engenho de mandioca. Em 1895 foi apresentada outra das suas pinturas mais famosas, A Redenção de Cam, comentada elogiosamente pelo poeta Olavo Bilac. A obra ilustra a tese do branqueamento gradual da população negra, então promovida oficialmente no Brasil. Apesar das suas ideias políticas avançadas, Brocos não deixou de ver-se influído por esse ideal racista imperante na época, abraçado também por destacados intelectuais brasileiros como Euclides da Cunha ou Monteiro Lobato.  

Depois de uma nova estada na Espanha e na Itália, Brocos fixou-se definitivamente no Brasil em 1900. Ensinou na  Escola Nacional de Belas Artes e no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, e deixou uma obra artística numerosa e variada, inspirada em grande parte em motivos característicos da sua pátria adotiva. Em 1915 editou o ensaio A questão do ensino de Belas Artes e em 1933 deu ao prelo o livro Retórica dos pintores, uma obra teórica que está a ser revalorizada na atualidade. Em 1930, seis anos antes da sua morte, publicou em espanhol o romance Viagem a Marte, uma peculiar obra de literatura utópica em que transparece uma ideologia próxima ao socialismo. Em 2007, o Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro dedicou-lhe a exposição Modesto Brocos, um estrangeiro nos trópicos.

sábado, 8 de junho de 2013

Literatura galega na «Estilística da língua portuguesa» de Manuel Rodrigues Lapa


Capa da undécima edição da obra de Rodrigues Lapa
Em 1945 apareceu a primeira edição da Estilística da língua portuguesa, uma das obras mais conhecidas do filólogo português Manuel Rodrigues Lapa. Conforme as ideias do autor, quem sempre defendeu que as línguas portuguesa e galega são «radicalmente a mesma» —segundo as suas próprias palavras—, o livro caraterizou-se por oferecer numerosos comentários sobre a literatura galega. Nas sucessivas edições que conheceu este tratado, Rodrigues Lapa foi incluíndo exemplos estilísticos tirados das obras dos escritores galegos Xavier Alcalá, Eduardo Blanco Amor, Ramón Cabanillas, A. R. Castelao, Xosé Maria Díaz Castro, Rafael Dieste, Ánxel Fole, Uxio Novoneyra, Ramón Otero Pedrayo, Sílvio Santiago e Luís Seoane. Estes autores são mencionados em pé de igualdade com os portugueses Almeida Garrett, Alves Redol, João de Barros, Barbosa du Bocage, Raúl Brandão, Castelo Branco, Camões, Diogo do Couto, Eça de Queirós, Ferreira de Castro, Fialho de Almeida, Alexandre Herculano, Fernão Lopes, Antero de Quental, Malheiro Dias, Oliveira Martins, Venceslau de Morais, Vitorino Nemésio, António Nobre, Ramalho Ortigão, Camilo Pessanha, Fernando Pessoa, Fernão Mendes Pinto, Aquilino Ribeiro, Mário de Sá Carneiro, Luís de Sousa, Miguel Torga, Trindade Coelho, Cesário Verde e António Vieira, e os brasileiros Jorge Amado, Mário de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Graça AranhaJoão Guimarães Rosa, José Lins do Rego, Lima Barreto, Machado de Assis, Cecília Meireles, Monteiro Lobato, Raúl Pompeia, Graciliano Ramos e Érico Veríssimo, entre outros.

Discurso de Rodrigues Lapa em apoio à Revolução dos Cravos
Manuel Rodrigues Lapa nasceu em Anadia em 1897. Estudou filologia românica na Faculdade de Letras de Lisboa, onde mais adiante seria professor. Doutorou-se em 1930 com uma tese intitulada Das origens da poesia lírica em Portugal na Idade Média. Enfrentou-se desde muito cedo com a ditadura fascista de António de Oliveira Salazar e em 1933 foi afastado do ensino universitário depois de ter proferido uma conferência sobre A política do idioma e as universidades. Em 1935, por um decreto-lei, foi privado de acesso a qualquer emprego público. Durante os seguintes anos trabalhou no ensino privado e dirigiu o semanário cultural O Diabo enquanto desenvolvia um intenso labor intelectual e editorial. Em 1949 defendeu o fim da ditadura em uma entrevista no Diário de Lisboa, em resultas do qual foi preso pela polícia política. Em 1957 exilou-se para o Brasil e ensinou literatura portuguesa na Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte.
      Uma boa parte da vasta obra filológica de Rodrigues Lapa está relacionada com a língua e a cultura da Galiza, que visitou pela primeira vez em 1932. No livro Estudos galego-portugueses: por uma Galiza renovada (Lisboa, 1979) reuniu trabalhos de temática galega publicados ao longo da sua vida.

Morcegos da Galiza, um projeto de estudo e conservação dos quirópteros do noroeste ibérico

Morcego-de-ferradura-pequeno (Rhinolophus hipposideros)
 Em 2008, a associação conservacionista Drosera —criada na cidade de Lugo quatro anos atrás— pôs em andamento o programa Morcegos da Galiza, cuja finalidade é desenvolver pesquisas científicas sobre as populações de quirópteros do noroeste da Península Ibérica, promover iniciativas para a conservação destas espécies e levar a efeito campanhas de divulgação e sensibilização social acerca da sua importância ambiental, lutando contra os preconceitos e falsas crenças que os envolvem. O programa compreende a realização do Atlas de Morcegos da Galiza, o censo mais completo e atualizado das diferentes espécies de quirópteros presentes no território galego. Os pesquisadores de Drosera, com o apoio de observadores voluntários, catalogaram até hoje 24 espécies de morcegos nesta área geográfica. Dentro do mesmo programa começou a se celebrar na Galiza a Noite Europeia dos Morcegos, um evento internacional que compreende numerosas atividades de divulgação e sensibilização ambiental.




No programa Morcegos da Galiza ocupa um importante espaço o Projeto Hippos, centrado nas pesquisas sobre o morcego-de-ferradura-pequeno (Rhinolophus hipposideros), um dos quirópteros mais ameaçados da Europa, cujo declínio parece dever-se principalmente à  transformação dos habitats, o uso generalizado de pesticidas e o desaparecimento de abrigos. A espécie extinguiu-se há pouco tempo na Bélgica e na Holanda, e suas populações viram-se reduzidas na Alemanha, na Suíça e na Itália. Na Galiza é ainda uma espécie comum, largamente distribuída pelo território. Porém, a falta de dados históricos sobre a evolução das populações galegas impede de avaliar corretamente sua situação atual.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

A arte da guerra, primeira edição em língua galega de uma obra clássica da cultura chinesa

Em 2013, a editora Teófilo Edicións publicou a primera edição completa em língua galega de A arte da guerra (孫子兵法) uma das mais célebres obras da cultura clássica chinesa. A tradução foi realizada por Xulio Ríos, diretor do Instituto Galego de Análise e Documentação Internacional (IGADI), com a supervisão de Yan Linchang, Hu Min, Ánxelo Gonzalves Vicente, Wei Ling e Zhu Wenjun. Trata-se de uma edição bilingue que inclui também o texto original chinês atribuído a Sun Tzu (孙武 ou 孫武, Sūn Wǔ em pinyin, grafado nesta tradução como Sun Zi), considerado como o tratado de estratégia militar mais antigo do mundo. A obra parece ter sido escrita no século V a.C., durante o Período dos Reinos Combatentes.



 A arte da  guerra começou a ser traduzida para as línguas ocidentais a partir do século XVIII, mas as primeiras versões tidas por fidedignas datam do século XX. Desde 1995 existe uma edição em português, publicada originalmente no Brasil por Caio Fernando Abreu e Miriam Paglia. 

terça-feira, 4 de junho de 2013

Cova Eirós, a pegada mais profunda do homem de Neandertal na Galiza

Escavações na jazida de Cova Eirós (Foto: GEPN / IPHES)

No verão boreal de 2008 foi descoberto no sítio paleolítico de Cova Eirós (no concelho de Triacastela, perto do Caminho de Santiago) o rasto mais importante do homem de Neandertal conhecido até agora na Galiza. Não é esta a primeira jazida do Paleolítico Médio achada no noroeste da Península Ibérica. Anteriormente já foram descobertas algumas indústrias líticas desse período nos concelhos de Cortegada, Toén e Monforte de Lemos. Porém, Cova Eirós apresenta um interesse científico muito maior do que esses outros locais. É a única jazida neandertal galega situada em uma caverna cárstica e contém não só um grande número de artefatos de pedra de várias épocas, como também muitos fósseis de animais e outros restos orgânicos que podem fornecer abundantes informações sobre a tecnologia, os métodos de aprovisionamento e as mudanças climáticas e ambientais da pré-história remota. Também é o único sítio paleolítico do noroeste ibérico onde se conservam pegadas de ocupações dos neandertais e do Homo sapiens moderno, o qual permite comparar as estratégias de sobrevivência e os estilos de vida dessas duas espécies humanas em um mesmo território.

Recriação dos neandertais de Cova Eirós por Xurxo Constela
Em escavações sucessivas realizadas desde então na caverna —no quadro do projeto Ocupações humanas durante o Pleistoceno da bacia média do Minho, em que  colaboram pesquisadores das universidades de Santiago de Compostela e Tarragona— apareceram dois níveis arqueológicos correspondentes a duas épocas diferentes do  Paleolítico Médio, que foram datados com a técnica da termoluminescência do quartzo. Um desses níveis tem entre 84.000 e 87.000 anos. O outro nível, mais profundo, foi datado de 118.000 anos, o que o coloca entre os mais antigos assentamentos do homem de Neandertal registados no norte da península, embora seja muito mais recente do que o da caverna de Letzetxiki, no País Basco, cuja antiguidade remonta a cerca de 300.000 anos.

Ponta de quartzito de tipo Levallois (Foto: GEPN / IPHES)
Nestes dois níveis arqueológicos foram encontrados numerosos artefatos de tecnologia musteriense, a mais caraterística do homem de Neandertal. Um estudo sobre as indústrias do nível mais recente, publicado em 2011 na revista Trabajos de Prehistoria, identificou pontas de projétil utilizadas como armas de caça e diferentes tipos de ferramentas empregadas para despedaçar  animais, cortar e talhar madeira e preparar peles secas para a confecção de vestimentas. As ferramentas do nível mais antigo têm uma feição mais tosca e entre elas há um número muito menor de peças elaboradas com as técnicas Levallois e discoidal, as mais sofisticadas que desenvolveram os neandertais. Os materiais também são de qualidade inferior, com menos presença de quartzitos de granulação fina e abundância de peças grossas de quartzo. Segundo os arqueólogos, isso pode indicar um nível tecnológico menos desenvolvido, mas também pode ser devido a que os grupos que fabricaram tais ferramentas ocuparam a caverna durante períodos mais curtos, gastando menos tempo em procurar materiais de boa qualidade e em fabricar utensílios líticos. Os ocupantes do nível mais recente, pelo contrário, teriam morado no abrigo por longos períodos, seguindo uma estratégia de sobrevivência em longo prazo e dedicando mais tempo à busca de matérias-primas e ao fabrico de utensílios.

Lasca de quartzo de Cova Eirós (Foto: Alberto López - La Voz de Galicia)
Um traço que diferencia as indústrias de Cova Eirós de outros assentamentos neandertais da vizinha Cordilheira Cantábrica é o uso freqüente de quartzo para produzir ferramentas líticas. Nos depósitos da área cantábrica é muito menos comum encontrar peças feitas com essa matéria-prima, mais difícil de talhar do que o sílex e o quartzito, pois o quartzo quebra-se de um modo mais irregular. O uso deste material indica uma adaptação às condições ambientais da região, onde abunda o quartzo, enquanto o sílex não é encontrado de forma natural. Essa particularidade técnica também tem sido observada em certos assentamentos neandertais da região francesa de Midi-Pirineus, onde escasseia o sílex e onde o quartzo foi frequentemente utilizado no fabrico de ferramentas de pedra.
  Nos níveis arqueológicos do Paleolítico Médio de Cova Eirós, juntamente com uma grande quantidade de ossos de animais de várias espécies, apareceram restos carbonizados de materiais vegetais. Os arqueólogos tentam atualmente averiguar se esses resíduos orgânicos são vestígios de fogueiras.

Pingente gravetiano de Cova Eirós (Foto: GEPN / IPHES)
Em Cova Eirós descobriram-se também importantes vestígios de ocupações do Paleolítico Superior. Entre eles figuram as primeiras mostras de indústrias da cultura aurignaciana registadas na Galiza. Nas escavações realizadas em 2009 apareceu o objeto de adorno mais antigo conhecido até hoje no noroeste ibérico. Trata-se de um colmilho de um carnívoro de pequeno porte —provavelmente uma raposa-vermelha— talhado e perfurado para servir como pingente. As datações com carbono-14 atribuíram uma antiguidade de 26.000 anos a esta peça, enquadrada na cultura gravetiana,  assim como outros artefatos descobertos no mesmo nível. Estas são também as primeiras indústrias desse período cultural encontradas na Galiza. A cultura gravetense desenvolveu-se durante uma das fases mais frias da última glaciação. A caverna fica a uma altura de 780 metros acima do nível do mar, perto do límite das geleiras que cobriam nessa época as zonas mais altas das serras orientais galegas. O achado indica que, mesmo nesse periodo de frio extremo, a região ofereceu umas condições ambientais suportáveis para os grupos humanos. Até aí, a ausência de jazidas dessa época fizera supor que o território galego ficara na altura totalmente desabitado.

Uma das pinturas rupestres achadas na galeria interior (Foto: GEPN / IPHES)
Em agosto de 2012, aliás, foi dado a conhecer o achado em Cova Eirós das primeiras mostras de arte parietal paleolítico descobertas na Galiza, um conjunto de pinturas e gravuras localizado em uma galeria interior da caverna. Segundo as estimações dos pesquisadores, algumas dessas manifestações artísticas poderiam situar-se entre os períodos Gravetense e Solutrense —com uma antiguidade aproximada de entre 25.000 e 20.000 anos—, enquanto as outras datariam do período Magdaleniano e poderiam ter entre 15.000 e 10.000 anos.

Escavações na galeria exterior (Foto: Alberto López - La Voz de Galicia)
 Em conjunto, a jazida de Cova Eirós contem a sequência mais completa de assentamentos paleolíticos de diferentes épocas  documentada até agora no noroeste da penísula. Os arqueólogos supõem que a caverna pode conservar também testemunhos de épocas anteriores ao homem de Neandertal. Uma sondagem com georradar indicou que os sedimentos que conformam o solo da cavidade têm uma profundidade de cerca de três metros. As escavaçoes só atingiram até à data uma profundidade de metro e meio e não se sabe ainda o que pode haver nos níveis mais profundos do subsolo. Na atualidade está em processo de produção o primeiro documentário sobre os achados arqueológicos realizados nesta caverna.

domingo, 2 de junho de 2013

Cova Eirós, el rastro más profundo del hombre de Neandertal en Galicia

Excavaciones en el yacimiento de Cova Eirós (Foto: GEPN / IPHES)
En el verano boreal de 2008 fue descubierto en el yacimiento paleolítico de Cova Eirós (en el municipio de Triacastela, cerca del Camino de Santiago) el rastro más importante del hombre de Neandertal conocido hasta ahora en Galicia. No es el primer yacimiento del Paleolítico Medio encontrado en el noroeste de la Península Ibérica. Con anterioridad ya se habían localizado algunas industrias líticas de ese periodo en los municipios de Cortegada, Toén y Monforte de Lemos. Pero Cova Eirós ofrece un interés científico mucho mayor que el de estos otros lugares. Es el único yacimiento neandertal gallego situado en una cueva cárstica y contiene no solo un gran número de artefactos líticos de diversas épocas, sino también muchos fósiles de animales y otros vestigios orgánicos, con lo que puede proporcionar abundantes informaciones sobre la evolución tecnológica, los tipos de alimentación y los cambios climáticos y ambientales de la prehistoria remota. Es además el único yacimiento paleolítico del noroeste ibérico que conserva a la vez huellas de las ocupaciones del hombre de Neandertal y del Homo sapiens moderno, lo que permite comparar las estrategias de supervivencia y los modos de vida de estas dos especies humanas en un mismo territorio.

Recreación de los neandertales de Cova Eirós por Xurxo Constela
En las sucesivas excavaciones realizadas desde entonces en la gruta —dentro del proyecto Ocupaciones humanas durante el Pleistoceno de la cuenca media del Miño, en el que colaboran investigadores de las universidades de Santiago de Compostela y Tarragona— se han podido datar dos niveles arqueológicos correspondientes a distintas épocas del Paleolítico Medio utilizando la técnica de la termoluminiscencia del cuarzo. Uno de ellos tiene entre 84.000 y 87.000 años. El otro nivel, más profundo, fue datado en 118.000 años, lo que lo sitúa entre los poblamientos neandertales más antiguos registrados en el norte de la península, aun siendo mucho más reciente que el de la cueva de Letzetxiki, en el País Vasco, cuya antigüedad se remonta a unos 300.000 años.

Punta de cuarcita de tipo Levallois (Foto: GEPN / IPHES)
En estos dos niveles arqueológicos se hallaron numerosos artefactos de tecnología musteriense, característica del hombre de Neandertal. Un estudio sobre las industrias del más reciente de estos niveles, publicado en 2011 en la revista Trabajos de Prehistoria, identificó puntas de proyectil usadas como armas de caza y diversas clases de herramientas utilizadas para despiezar animales, cortar y tallar madera y preparar pieles secas para confeccionar vestimentas. 
Las herramientas del nivel más antiguo presentan una factura más tosca y entre ellas hay un número mucho más reducido de piezas fabricadas con las técnicas Levallois y discoidal, las más sofisticadas que produjo el hombre de Neandertal. Los materiales también son de peor calidad, con una menor presencia de cuarcitas de grano fino y más abundancia de piezas gruesas de cuarzo. Según los arqueólogos, esto puede indicar un nivel tecnológico menos desarrollado, pero también podría deberse a que los grupos que fabricaron tales herramientas ocuparon la cueva durante periodos más breves, invirtiendo menos tiempo en buscar materiales de buena calidad y en tallar los útiles líticos. Los pobladores del nivel más reciente, en cambio, habrían vivido en este refugio durante periodos más prolongados, siguiendo una estrategia de supervivencia más planificada y a largo plazo y dedicando más tiempo a la búsqueda de materias primas y a la fabricación de utensilios.

Lasca de cuarzo de Cova Eirós (Foto: Alberto López - La Voz de Galicia)
Un rasgo que diferencia estas industrias de las de otros asentamientos neandertales de la vecina Cordillera Cantábrica es el uso frecuente del cuarzo para elaborar herramientas liticas. En los yacimientos cantábricos es mucho menos habitual hallar piezas fabricadas con esta materia prima, más difícil de tallar que el sílex o la cuarcita, ya que se rompe de una forma más irregular. El uso de este material  indica una adaptación a las condiciones ambientales de la zona, donde el cuarzo abunda, mientras que no se encuentra el sílex de forma natural. Esta peculiaridad técnica también se ha observado en los yacimientos neandertales de Quercy, en el sur de Francia, donde escasea igualmente el sílex y se utilizó a menudo el cuarzo en la fabricación de útiles líticos.
    En los niveles arqueológicos del Paleolítico Medio de Cova Eirós, junto con una gran cantidad de huesos de animales de diversas especies, se han encontrado restos de materias vegetales carbonizadas. Los arqueólogos intentan averiguar actualmente si se trata de rastros de hogueras.

Colgante gravetiense de Cova Eirós (Foto: GEPN / IPHES)
En Cova Eirós se han descubierto también importantes rastros de ocupaciones del Paleolítico Superior. Entre ellos figuran las primeras muestras de industrias de la cultura auriñaciense registradas en Galicia. En las excavaciones de 2009 se encontró el objeto de adorno más antiguo conocido hasta ahora en el noroeste ibérico. Se trata de un colmillo de carnívoro de pequeño tamaño —posiblemente un zorro— tallado y perforado para servir como colgante. Las dataciones por carbono-14 han asignado una antigüedad de 26.000 años a esta pieza, encuadrada en la cultura gravetiense,  al igual que otros artefactos descubiertos en el mismo nivel. Estas son también las primeras industrias de esa etapa cultural halladas en Galicia. La cultura gravetiense se desarrolló durante una de las fases más frías de la última glaciación y la cueva se encuentra a a 780 metros de altura sobre el nivel del mar, cerca del límite de los glaciares que cubrieron en esa época las zonas más altas de las montañas orientales gallegas. El hallazgo sugiere que incluso en ese periodo de frío extremo la región ofreció unas condiciones ambientales soportables para los grupos humanos. La ausencia de yacimientos de esa etapa había hecho suponer a algunos investigadores que el territorio gallego pudo haber quedado por entonces totalmente deshabitado.

Una de las pinturas descubiertas en la galería interior (Foto: GEPN / IPHES)
En agosto de 2012, por otra parte, se dio a conocer el hallazgo en Cova Eirós de las primeras muestras de arte parietal paleolítico descubiertas en Galicia, un conjunto de pinturas y grabados situados en una galería interior de la cueva. Según las estimaciones de los investigadores, algunas de estas manifestaciones artísticas podrían situarse entre los periodos Gravetiense y Solutrense, —con una antigüedad aproximada de entre 25.000 y 20.000 años—, mientras que otras datarían del periodo Magdaleniense y podrían tener entre 15.000 y 10.000 años.

Excavación en la galería exterior (Foto: Alberto López - La Voz de Galicia)
 En conjunto, el yacimiento de Cova Eirós contiene la secuencia más completa de poblamientos paleolíticos de diferentes épocas que se ha podido documentar hasta el momento en el noroeste de la penísula. Los investigadores creen que la gruta puede encerrar también testimonios de épocas anteriores al hombre de Neandertal. Un sondeo con georradar indicó que los sedimentos que forman el suelo de la cavidad tienen una profundidad de cerca de tres metros. Por ahora solo se ha excavado en torno a metro y medio y no se sabe lo que puede haber en los niveles más profundos del subsuelo. En la actualidad está en proceso de producción el primer documental sobre los hallazgos arqueológicos realizados en este yacimiento.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Galaicodytes caurelensis, un testigo de la deriva continental en la Sierra del Courel (Galicia)

Galaicodytes caurelensis

En 1997, el biólogo José María Salgado, catedrático de la Universidad de León, descubrió un insecto de una especie desconocida en la Cova do Eixe, una gruta kárstica de la Sierra del Courel. La nueva especie fue estudiada y clasificada en colaboración con Vicente Ortuño, catedrático de la Universidad Autónoma de Madrid y especialista en carábidos. El hallazgo fue dado a conocer en 2000 en un trabajo publicado por el European Journal of Entomology. La especie, denominada Galaicodytes caurelensis por sus descubridores, constituye también un nuevo género zoológico.
El Galaicodytes caurelensis es un coleóptero de entre 4,5 y 4,7 milímetros de longitud, desprovisto de ojos y de alas, que se orienta con las antenas y vive la mayor parte del tiempo en las grietas de las rocas. Como la mayoría de los cárabidos, es un predador que se alimenta de insectos vivos.

Poco tiempo antes, el entomólogo alemán Thorsten Assmann había descubierto en la vecina Sierra de Ancares una especie de coleóptero que denominó Galiciotyphlotes weberi, cuya descripción coincide con la del Galaicodytes caurelensis. Se cree que las dos descripciones corresponden a un único insecto. Assman incluye esta especie en la tribu Perigonini, mientras que Salgado y Ortuño la clasificaron en la tribu Platynini. Sin embargo, Assmann utilizó para su caracterización un único ejemplar macho. Salgado y Ortuño estudiaron tres ejemplares, machos y hembras, de modo que su descripción es más completa. Otros especialistas consideran más plausible la pertenencia de la especie a la tribu Platynini, puesto que la distribución geográfica de los Perigonini hace menos probable su presencia de forma natural en la Península Ibérica

Diseño del G. caurelensis por Xan G. Muras
El especial interés científico del Galaicodytes caurelensis reside en su carácter de especie relicta y de testimonio viviente de las antiguas condiciones biogeográficas. Es la única especie cavernícola conocida de la tribu Platynini en la región paleártica occidental. Las demás especies de esta tribu que viven en el subsuelo fueron descritas en áreas geográficas muy distantes: Japón, Taiwán, Papúa-Nueva Guinea, Hawái, sur de Estados Unidos, México, Guatemala y Venezuela. Según Salgado y Ortuño, el Galaicodytes caurelensis presenta más afinidades morfológicas con las especies norteamericanas de esa tribu —concretamente, las que pertenecen a los géneros Rhadine y Tanystoma— que con las especies de América del Sur y del Pacífico. A su parecer, la especie ibérica y sus parientes lejanos de la región neártica proceden de un ancestro común que se extendió durante el Cretácico Inferior por los actuales territorios de América del Norte y Europa. La presencia de este insecto en las montañas de Galicia, por lo tanto, sería una prueba más de la deriva continental, indicando la existencia de una relación biológica directa entre América del Norte y Europa en tiempos remotos. De acuerdo con esta hipótesis, otras especies del mismo grupo que posiblemente vivieron en el actual territorio europeo se extinguieron a causa de los cambios climáticos de finales del Cenozoico y del Pleistoceno.

   El diseñador gráfico y fotógrafo Xan G. Muras creó un logotipo inspirado en esta rara especie para ser utilizado como símbolo del patrimonio natural de la Sierra del Courel, uno de los territorios de mayor biodiversidad de Galicia. Este emblema es comercializado en camisetas estampadas

  

Galaicodytes caurelensis, uma testemunha da deriva dos continentes na Serra do Courel (Galiza)

Galaicodytes caurelensis
Em 1997, o biólogo José María Salgado, professor da Universidade de Leão, descobriu um inseto de uma espécie desconhecida na Cova do Eixe, uma caverna cárstica da Serra do Courel. A nova espécie foi estudada e classificada com a colaboração de Vicente Ortuño, catedrático da Universidade Autônoma de Madrid e especialista em carábidos. A descoberta foi dada a conhecer em 2000 em um trabalho publicado pelo European Journal of Entomology. A espécie, denominada Galaicodytes caurelensis pelos seus descobridores, constitui também um novo gênero zoológico.
O Galaicodytes caurelensis é um coleóptero de entre 4,5 e 4,7 milímetros de comprimento, desprovido de olhos e de asas, que se orienta com as antenas e vive a maior parte do tempo nas fendas das rochas. Como a maioria dos cárabidos, é um predador que se alimenta de insetos vivos.

Pouco tempo atrás, o entomólogo alemão Thorsten Assmann descobrira na vizinha Serra dos Ancares uma espécie de coleóptero que denominou Galiciotyphlotes weberi, cuja descrição coincide com a do Galaicodytes caurelensis. Acredita-se que as duas descrições correspondem a um único inseto. Assman inclui esta espécie na tribo Perigonini, enquanto Salgado e Ortuño a classificaram na tribo Platynini. Porém, Assmann utilizou para a sua caraterização um único exemplar macho. Salgado e Ortuño estudaram três exemplares, machos e fêmeas, de modo que a sua descrição é mais completa. Outros especialistas consideram mais plausível a pertença da espécie à tribo Platynini, pois a distribuição geográfica dos Perigonini torna menos provável a sua presença de forma natural na Península Ibérica

Desenho do G. caurelensis por Xan G. Muras
O especial interesse científico do Galaicodytes caurelensis reside no seu caráter de espécie relicta e de testemunho vivente das antigas condições biogeográficas. É a única espécie cavernícola conhecida da tribo Platynini na região paleártica ocidental. As outras espécies desta tribo que vivem no subsolo foram descritas em áreas geográficas muito distantes: Japão, Taiwan, Papua-Nova Guiné, Havaí, sul dos Estados Unidos, México, Guatemala e Venezuela. Segundo Salgado e Ortuño, o Galaicodytes caurelensis apresenta mais afinidades morfológicas com as espécies norte-americanas dessa tribo —concretamente, as que pertencem aos gêneros Rhadine e Tanystoma— do que com as espécies da América do Sul e do Pacífico. Ao seu juízo, a espécie ibérica e os seus parentes longínquos da região neoártica procedem de um ancestro comum que se estendeu durante o Cretáceo Inferior pelos atuais territórios da América do Norte e a Europa. A presença deste inseto nas montanhas da Galiza, portanto, seria mais uma prova da deriva continental, indicando a existência de uma relação biológica direta entre a América do Norte e a Europa em tempos remotos. De acordo com esta hipótese, outras espécies do mesmo grupo que possivelmente viveram no atual território europeu extinguiram-se devido às mudanças climáticas de finais do Cenozoico e do Pleistoceno.

   O designer gráfico e fotógrafo Xan G. Muras criou um desenho inspirado nesta rara espécie para ser utilizado como símbolo do património natural da Serra do Courel, um dos territórios de maior biodiversidade da Galiza. Este emblema é comercializado em camisetas estampadas

  

domingo, 26 de maio de 2013

El dolio: un olvidado instrumento musical románico en la Ribeira Sacra (Galicia)

Canecillo de la iglesia de Atán (Foto : Alberto López)

La iglesia de Santo Estevo de Atán, en el municipio de Pantón, forma parte del vasto patrimonio románico de la Ribeira Sacra. Perteneció a un monasterio desaparecido que ya es mencionado en fuentes documentales del siglo IX. Uno de estos documentos, fechado en el año 816, contiene la más antigua referencia conocida sobre la viticultura en la región. El edificio ha sufrido numerosas reformas y alteraciones, y  de la vieja fábrica románica solo quedan la portadada y un conjunto de canecillos esculpidos. También conserva algunos elementos de origen prerrománico. En la fachada sur de la iglesia llama la atención una peculiar figura labrada en un canecillo, una cabeza humana que parece estar sorbiendo vino de un barril. Esculturas muy similares a ésta se pueden ver en numerosas iglesias románicas del norte de la Península Ibérica. Estas figuras fueron denominados bebedores o borrachos e interpretadas como sátiras de la embriaguez y la gula. Sin embargo, según un estudio reciente, estas esculturas tienen ninguna intención moralizante. Son representaciones reales de un antiguo instrumento musical, un tipo de aerófono que dejó muy pocas huellas históricas.


Dolio de Oloritz (Foto: Romanicoaragones.com)
El instrumento, totalmente desconocido hasta hace pocos años, fue identificado por el historiador y musicólogo Faustino Porras Robles, especialista en representaciones musicales en el arte románico, quien en 2007 publicó un trabajo sobre este asunto en la Revista de Folklore que edita la Fundación Joaquín Díaz. Porras Robles dio a este instrumento, cuya denominación original se desconoce, el nombre  de dolio (del latín dolium o tonel). El investigador descarta la posibilidad de que los objetos representados en estas esculturas sean cubas de vino y señala en que en todos los casos aparecen situados por debajo de la figura humana. «Si se tratase de una imagen cargada de contenido simbólico y finalidad moralizante, el tonel se situaría sobre la espalda del personaje para presentarlo como la pesada carga que debe soportar aquel que no controla sus debilidades», apunta. Por otro lado, indica que este «tonel» presenta a menudo una hechura cilíndrica, pero en otros casos tiene forma de elipse o de prisma, y por otra parte siempre aparece representado con un gran pico —por donde supuestamente «bebe» el personaje— que no desempeñaría ninguna función en un tonel real. Estas figuras, además, aparecen en algunos lugares acompañadas de otras que sin duda representan músicos y bailarines.
 
Interior de la iglesia de Atán (Foto: Carlos Rueda)
Las representaciones iconográficas del dolio están diseminadas por todo el norte de la Península. En su trabajo de 2007, Faustino Porras Robles menciona las iglesias de Monasterio de Rodilla, Miñón, Escalada, Moarves de Ojeda (Castilla y León), San Román de Lousada, Santa Mariña de Esposende, Santo Tomé de Serantes, Santiago de Bembrive, San Martiño de Moaña, San Pedro de Rebón, la parroquia de Santiago en la ciudad de A Coruña y la catedral de Lugo (Galicia). En un nuevo artículo publicado en febrero de 2013 amplía la lista, indicando también la presencia del instrumento en esculturas medievales de El Pla de Santa Maria (Cataluña), Artze, Oloritz, Vadoluengo (Navarra), Canales de la Sierra (La Rioja), Los Barrios de la Bureba, Navas de Bureba, Tablada de Villadiego, Vallejo de Mena, Villamayor de Treviño, Ventosilla (Castilla y León), Santo Estevo de Atán y Santiago de Compostela (Galicia).

Organistrum (Wikimedia Commons)

Basándose en la cronología de las representaciones plásticas del dolio, Porras Robles considera que el instrumento fue usado sobre todo en la segunda mitad del siglo XII, aunque parece haber pervivido hasta la Baja Edad Media. El ejemplo más tardío que se conoce es una escultura de la Casa Gótica de Santiago de Compostela, del siglo XIV. El investigador hace también una estimación acerca del posible tamaño de esos instrumentos, calculando que podrían medir entre 45 y 50 centímetros los de mayor volumen (los más comunes) y en torno a 30 centímetros los más pequeños. Analizando la iconografia, supone que era un aerófono de tono grave y poca variedad sonora,
cuya función sería la de enriquecer las melodías ejecutadas con otros instrumentos, contribuyendo al desarrollo de la polifonía que estaba en auge en ese periodo histórico. En la mayoría de los casos, el dolio aparece integrado en escenas juglarescas, con outros músicos que tocan instrumentos de cuerda y viento, con bailarinas, animales amaestrados y contorsionistas, por lo que cabe inferir que fue utilizado principalmente en contextos populares. La causa probable de la desaparición del dolio —añade el autor del estudio— sería el desarrollo de otros instrumentos de técnica más evolucionada y con posibilidades protopolifónicas como la gaita, la alboka o el organistrum (predecesor de la zanfoña), que harían innecesario su uso.