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segunda-feira, 24 de junho de 2013

Bertrand du Guesclin, un éphémère comte breton en Galice




 Les biographies de Bertrand du Guesclin (Beltram Gwesklin en breton), dit l’Aigle de Bretagne et le Dogue noir de Brocéliande, ne mentionnent pas le fait que pendant une courte période, au moins nominalement, il a été le seigneur de l’un des plus importants comtés de la Galice médiévale. Du Guesclin —l’un des personnages les plus célèbres de la Guerre de Cent Ans— a éte nommé comte de Lemos en 1366, mais tout indique qu’il n’a jamais gouverné ce domaine. Cet épisode peu connu est mentionné par certains historiens galiciens, comme Germán Vázquez et Eduardo Pardo de Guevara, qui le décrit comme «un bref et confus chapitre dans l’histoire du comté de Lemos».



Forteresse comtale et monastère de Monforte de Lemos (Photo Alberto López)


La nomination de Bertrand du Guesclin comme comte de Lemos a eu lieu dans le cadre d’une longue guerre civile par la possession de la Couronne de Castille, à laquelle était soumis le Royaume de Galice depuis le règne de Ferdinand III. Dans cette guerre se battaient les partisans du roi Pierre Ier le Cruel et ceux de son demi-frère Henri de Trastamare. Ce dernier, qui s’est emparé finalement du trône et regna sous le nom d’Henri II, trouva un important soutien dans les forces mercenaires de Du Guesclin, caracterisées par une grande efficacité militaire et une extrême férocité. Lorsque le chef breton a été nommé comte de Lemos, cependant, il n’était pas le seul à détenir ce titre, et la guerre où il prenait part était encore loin d’être gagnée. Cette même année, Pierre Ier a accordé le même titre (qui n’était pas encore héréditaire à l’époque) au noble galicien Fernando Ruiz de Castro, l’un de ses partisans les plus importants. Fernando Ruiz de Castro était le fils de l’ancien comte de Lemos Pedro Fernández de Castro —dit l’Homme de guerre— et le demi-frère d’Inés de Castro, la célèbre reine morte du Portugal. Son aide a été particulièrement utile pour Pierre lorsqu’ils s’est réfugié en Galice après avoir été battu à Séville par les troupes d’Henri de Trastamare et de Bertrand du Guesclin.


Bataille de Nájera d’après une miniature des chroniques de Jean Froissart
  Le cours de la guerre, d’abord favorable à Henri de Trastamare, a semblé changer en 1367, lorsque Pierre frappa l’armée de son adversaire dans la bataille de Nájera avec l’aide des troupes anglaises sous le commandement du Prince noir. Cependant, le conflit a pris plus tard une nouvelle tournure et Henri a obtenu une victoire finale en 1369 à la bataille de Montiel. Après avoir été vaincu, Pierre Ier est mort dans une bagarre avec son demi-frère. La tradition affirme que Bertrand du Guesclin a aidé Henri à commetre ce meurtre, en inmobilisant le vaincu tandis qu’il prononçait une phrase qu’est devenue une locution proverbiale en langue espagnole: Ni quito ni pongo rey, pero ayudo a mi señor (Je ne veux faire ni défaire un roi, mais je veux secourir mon maître). Selon d’autres témoins, qui a aidé Henri à commettre le fratricide était le noble galicien Fernán Pérez de Andrade. Après la défaite, Fernando Ruiz de Castro a tenté de soulever en Galice la résistance contre le nouveau roi. Mais à la fin de 1370 Henri a envoyé ses troupes pour mater la rébellion et les mercenaires de Du Guesclin ont pris d’assaut les forteresses de Monforte de Lemos et Castro Caldelas. Fernando Ruiz de Castro a été vaincu près de Lugo au début de 1371. Du Guesclin retourna au royaume de France sans prendre possession du comté de Lemos.

Bataille d’Auray, pendant la Guerra de Succession de Bretagne
Né en 1320 au château de La Motte-Broons, près de Dinan, Bertrand du Guesclin appartenait à la petite noblesse bretonne. Analphabète et d’un caractère violent, il s’est fait remarquer très tôt dans le métier des armes. Il a commencé par prendre part à la Guerre de Succession de Bretagne (1341-1364) à la tête d’une armée de mercenaires et aventuriers. Il a été armé chevalier en 1357 et a combattu au service du roi français Charles V contre le roi de Navarre Charles le Mauvais. Après la fin de ce conflit, les compagnies qu’il commandait se sont livrées au pillage pour subsister. Charles V s’est débarrassé du problème en envoyant Du Guesclin pour servir Henri de Trastamare dans la guerre civile castillane. Quand le chef mercenaire est revenu en France en 1370, a été nommé connétable et il a continué à participer dans plusieurs guerres, en particulier dans la lutte pour évincer les Anglais des territoires qu’ils occupaient en France. Il mourut en 1380 au siège de la forteresse de Châteauneuf-de-Randon.
   La stratégie militaire de Bertrand du Guesclin s’est caracterisée par les tactiques de la guerre d’attrition, la guérilla et la terre brûlée. En France, il a toujours été un héros national. Beaucoup de nationalistes bretons, en revanche, l’ont considéré comme un traître pour avoir combattu au service de la couronne française contre la Bretagne, à l’époque un duché indépendant.

sábado, 22 de junho de 2013

Bertrand du Guesclin, um efêmero conde bretão na Galiza




 As biografias de Bertrand du Guesclin (Beltram Gwesklin em bretão), chamado Águia da Bretanha e Dogo Negro da Brocelianda, não costumam mencionar o fato de que por um curto período, ao menos nominalmente, foi senhor de um dos mais importantes condados da Galiza medieval. Em 1366, Du Guesclin —um dos personagens mais célebres da Guerra dos Cem Anos— foi nomeado conde de Lemos, mas tudo indica que em nenhum momento chegou a governar o condado. Este pouco conhecido episódio é mencionado por alguns historiadores galegos, como Germán Vázquez e Eduardo Pardo de Guevara, quem o qualifica de «breve e confuso capítulo da história do condado de Lemos».


Fortaleza condal e mosteiro de Monforte de Lemos (Foto Alberto López)

A nomeação de Bertrand du Guesclin como conde de Lemos produziu-se no contexto de uma longa guerra civil entabulada no século XIV pela posse da coroa de Castela, à qual estava submetido o Reino da Galiza desde o reinado de Fernando III. A guerra enfrentava os partidários do rei Pedro I, o Cruel e de seu meio-irmão Henrique de Trastâmara. Este último, que acabou por ocupar o trono e reinou com o nome de Henrique II, teve um importante apoio nas tropas mercenárias de Du Guesclin, caraterizadas por uma grande eficácia militar e uma ferocidade extrema. Quando o caudilho bretão foi nomeado conde de Lemos, no entanto, não era o único que ostentava essa dignidade, e a guerra em que tomava parte estava longe de ser ganhada. Nesse mesmo ano, Pedro I outorgou o mesmo título (que ainda não era hereditário nessa altura) ao nobre galego Fernando Ruiz de Castro, um dos mais importantes partidários que teve ao longo do conflito. Fernando Ruiz de Castro era filho do anterior conde de Lemos —Pedro Fernández de Castro, chamado o da Guerra— e meio-irmão de Inês de Castro, a famosa rainha morta de Portugal. Sua ajuda foi especialmente útil a Pedro I quando se refugiou na Galiza depois de ser derrotado em Sevilha pelas tropas de Henrique e Bertrand du Guesclin.


Batalha de Nájera segundo uma miniatura das crónicas de Jean Froissart
  O curso da guerra, inicialmente favorável a Henrique de Trastâmara, pareceu mudar em 1367, quando Pedro desbaratou o exército do seu adversário na batalha de Nájera com o auxílio de tropas inglesas sob o comando do Príncipe Negro. Porém, o conflito deu mais tarde um novo giro e Henrique alcançou uma vitória definitiva em 1369 na batalha de Montiel. Depois de ser derrotado, ao que parece, Pedro I morreu em um forcejo com seu meio-irmão. A tradição diz que o próprio Bertrand du Guesclin ajudou Henrique no assassinato, segurando o vencido enquanto proferia uma frase que se tornaria um lugar-comum na língua espanhola: Ni quito ni pongo rey, pero ayudo a mi señor (Nem tiro nem ponho rei, mas ajudo meu senhor). Segundo outros testemunhos, quem ajudou Henrique a perpetrar o fratricídio foi o nobre galego Fernão Perez de Andrade. Após a derrota, Fernando Ruiz de Castro tentou de levantar na Galiza a resistência contra o novo rei. Mas por finais de 1370 Henrique enviou suas tropas para sufocar a rebelião e os mercenários de Du Guesclin assaltaram as fortalezas de Monforte de Lemos e Castro Caldelas. Fernando Ruiz de Castro foi vencido perto de Lugo por inícios de 1371. Du Guesclin voltou para o reino de França e não chegou a tomar posse do condado de Lemos. 

Batalha de Auray, na Guerra de Sucessão da Bretanha
Nascido em 1320 no castelo de La Motte-Broons, perto de Dinan, Bertrand du Guesclin pertencia à baixa nobreza bretã. Analfabeto e de caráter violento, destacou desde muito novo na carreira das armas. Começou tomando parte na Guerra de Sucessão da Bretanha (1341-1364) à frente de um exército de aventureiros e mercenários. Foi armado cavaleiro em 1357 e combateu ao serviço do rei francês Carlos V contra o monarca navarro Carlos II, o Mau. Ao terminar este conflito, as companhias que comandava subsistiram praticando a rapina. Carlos V desfez-se do problema enviando Du Guesclin a servir Henrique de Trastâmara na guerra civil castelhana. Quando o chefe mercenário voltou à França em 1370, foi nomeado condestável e continuou a participar em diversos conflitos bélicos, nomeadamente nas lutas para expulsar os ingleses dos domínios que detinham em território francês. Morreu em 1380, no cerco da fortaleza de Châteauneuf-de-Randon. 
   A estratégia militar de Bertrand du Guesclin caraterizou-se pelas táticas da guerra de atrito, a guerrilha e a terra arrasada. Na França foi tido tradicionalmente por um herói nacional. Muitos nacionalistas bretões, pelo contrário, consideraram-no um traidor por ter lutado ao serviço da coroa francesa contra a Bretanha, que era nessa época um ducado independente.