Melro-das-rochas ou melro-ruivo (Monticola saxatilis) |
Em 2004, a editora Lynx Edicions publicou o primeiro guia ornitológico da Serra do Courel, um dos territórios de maior biodiversidade da Galiza. A obra (disponível unicamente em espanhol) baseia-se em pesquisas realizadas por cientistas das universidades galegas ao longo de várias décadas e cataloga 114 espécies de aves em um território de dimensões relativamente pequenas. A Serra do Courel abrange uma superfície de 21.020 hetáreas que se estende principalmente pelos concelhos de Folgoso do Courel, Quiroga, Pedrafita do Cebreiro e Samos. Porém, o guia cinge-se basicamente ao primeiro destes municípios, com uma área de apenas 68,16 quilómetros quadrados. Este limitado espaço geográfico acolhe uma avifauna extremamente variada que compreende algumas espécies pouco comuns.
Sylvia communis |
Motacilla cinerea |
As aves da Serra do Courel vivem em nove tipos principais de habitat: 1) Rios e margens 2) Rochedos 3) Aldeias e terras de lavoura 4) Soutos (matas de castanheiros) 5) Devesas (nome local para um tipo caraterístico de bosque de montanha em que convivem diversas espécies de árvores) 6) Urzais 7) Reboleiras (matas de rebolo ou Quercus pyrenaica) 8) Azinhais e espinhais 9) Pinhais
Galinhola (Scolopax rusticola) |
No território do Courel, que representa apenas um 0,8% da superfície total da Galiza, está presente a maior parte das aves galegas, excetuando as espécies marinhas e as próprias das zonas úmidas. Entre elas figuram várias espécies em perigo de extinção, como o bufo-real (Bubo bubo), a águia-real (Aquila chrysaetos) e a perdiz-cinzenta (Perdix perdix), denominada charrela na Galiza.
O livro, de 150 páginas, contém fichas descritivas de todas as espécies de aves catalogadas na Serra do Courel, com nomenclaturas em espanhol, galego e inglês e uma série de ilustrações à aquarela. A obra descreve também seis itinerários pedestres pelos locais mais apropriados para a observação das aves.
O título original da obra é Guía de las aves de O Caurel. A grafia oficial do topônimo é Courel, mas a forma alternativa Caurel (hoje mais usual na língua falada) está também documentada desde antigo.
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