Igreja de São Vicente de Pombeiro (Foto Alberto López) |
Igreja de Atán (Foto Alberto López) |
Igreja de Ribas de Minho (Foto Alberto López) |
Uma outra crença muito arraigada atribui
o nome da Ribeira Sacra à
presença dos mosteiros que existiram
durante séculos nas margens do
Sil e Minho. Porém,
segundo o filólogo e historiador
galego Manuel Vidán Torreira, a origem do topônimo
tem uma explicação muito diferente.
O mais antigo documento histórico que
contém esse nome é a carta de fundação do mosteiro de Montederramo (datada de agosto de 1124 na vila de Alhariz, na atual província de Ourense, e assinada por Teresa de Leão, mãe de Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal), onde aparece a frase: in locum qui dicitur [no local que é chamado de] Rivoira Sacrata. O cronista beneditino castelhano Antonio
de Yepes (morto em 1618), ao transcrever esse
documento, creu que as palavras
Rivoira Sacrata se referiam às margens do rio Sil. Vidán Torreira frisa que a palavra rivoira (ou rovoyra, como é mencionada em outros textos da época, do latim robur) significa carvalho ou carvalhal na língua medieval galego-portuguesa. Antonio
de Yepes entendeu equivocadamente
que o antigo documento falava de uma «ribeira sagrada» (quando
na verdade fala de uma «árvore sagrada» ou de uma «floresta sagrada») e o erro foi repetido mais
tarde por muitos outros, originando o nome que perdura até hoje.
Vinhas em terraços em Sober (Foto Alberto López) |
Em qualquer
caso, é verdade que na região houve muitas comunidades monásticas, algumas deles muito
poderosas, como a do convento beneditino
de Santo Estevo de Ribas de Sil (no atual concelho de Nogueira de Ramuim), hoje transformado numa pousada de luxo. Também está fora
de dúvida que os monges promoveram
o cultivo das videiras nas margens íngremes do Sil e do Minho, dando
origem à espetacular paisagem de vinhas plantadas em terraços ou socalcos que caracteriza a Ribeira Sacra. Uma paisagem que, nas palavras do escritor e geógrafo
galego Ramón Otero Pedrayo, foi trabalhada de um modo «inconscientemente artístico». Porém, os dados históricos conhecidos ainda não permitem determinar com exatidão quando começou a se praticar na região este tipo de viticultura.
Igreja de Santo Estevo de Ribas de Minho (Foto Alberto López) |
Os grandes benefícios do comércio
do vinho explicam a abundância e a riqueza artística e arquitetônica dos
monumentos românicos deste território, onde há igrejas, como a de Santo Estevo de Ribas do Minho (concelho do Savinhão), de umas dimensões insólitas para uma pequena povoação rural. Na maioria dos
casos, trata-se de um estilo românico tardio e já muito maduro. Algumas dessas
igrejas mostram uma clara influência da escola surgida em torno do famoso Mestre Mateus, o criador do Pórtico da Glória da Catedral de Santiago de Compostela.
Estudos recentes sugerem que uma oficina formada por antigos discípulos de
Mateus se estabeleceu no curso médio do Minho depois de terminar a construção da
catedral (por volta do ano 1210), levantando primeiramente a monumental igreja de Portomarín, no extremo norte da Ribeira Sacra e à beira do
Caminho de Santiago. A marca estilística dessa
oficina deixa-se ver em outros templos construídos mais tarde na mesma área geográfica.
TV / Vídeo
TV / Vídeo
O património românico da
Ribeira Sacra é apresentado em
um episódio da série de documentários
Las claves del románico,
da televisão pública espanhola TVE-La 2. Um vídeo realizado
pela Deputação Provincial de Lugo
mostra algumas igrejas do concelho do Savinhão (em
galego).
Livros
Em tempos recentes foi publicado um guia em espanhol, Cuaderno del románico de la Ribeira Sacra, de Francisco Ruiz Aldereguía, que descreve numerosas igrejas e várias rotas para as visitar. O complexo simbolismo religioso destes monumentos (especialmente das suas esculturas) é analisado pelo escritor e historiador Xosé Lois Garcia em seus livros Simbologia do românico de Pantón, Simbologia do românico de Sober e Simbologia do românico de Chantada (em galego). A historiadora Sonia Fernández estuda em sua obra San Esteban de Ribas de Miño: los talleres de filiación mateana (em espanhol) a relação da arte românica da Ribeira Sacra com a escola compostelana de Mateus. Há também informações sobre o património românico da zona nos livros Ribeira Sacra. Guía práctica, de Manuel Garrido (com edições em espanhol e galego) e Orientarse pola Ribeira Sacra, de Gonzalo Xosé de Francisco da Rocha (em galego), este último de um caráter mais literário.
Em tempos recentes foi publicado um guia em espanhol, Cuaderno del románico de la Ribeira Sacra, de Francisco Ruiz Aldereguía, que descreve numerosas igrejas e várias rotas para as visitar. O complexo simbolismo religioso destes monumentos (especialmente das suas esculturas) é analisado pelo escritor e historiador Xosé Lois Garcia em seus livros Simbologia do românico de Pantón, Simbologia do românico de Sober e Simbologia do românico de Chantada (em galego). A historiadora Sonia Fernández estuda em sua obra San Esteban de Ribas de Miño: los talleres de filiación mateana (em espanhol) a relação da arte românica da Ribeira Sacra com a escola compostelana de Mateus. Há também informações sobre o património românico da zona nos livros Ribeira Sacra. Guía práctica, de Manuel Garrido (com edições em espanhol e galego) e Orientarse pola Ribeira Sacra, de Gonzalo Xosé de Francisco da Rocha (em galego), este último de um caráter mais literário.
Igreja de Bembibre, Taboada (Foto A. López) |
Sítios eletrônicos
Um mapa editado pelo Ecomuseu de Arxeriz indica os principais pontos de interesse deste grande conjunto monumental. A associação cultural Colado do Vento publicou um guia do património românico do concelho de Sober (em galego). Outra associação, Amigos do Românico da Comarca de Chantada, apresenta em seu site uma galeria de fotos das igrejas românicas dos concelhos de Chantada, Taboada e Carvalhedo. Neste site pode ver-se um calendário com imagens de igrejas e mosteiros da Ribeira Sacra da província de Ourense, editado pela associação O Sorriso de Daniel. O portal Arteguias.com dedica um pequeno espaço a este patrimônio (em espanhol). O portal Círculo Románico apresenta imagens das igrejas de Santo Estevo de Chouzán, São Miguel de Eiré, Santa Maria de Ferreira, São Paio de Diomondi, São Lourenço de Fión, São Vicente de Pombeiro, São João de Portomarim, Taboada dos Freires, São Facundo de Ribas de Minho, Santo Estevo de Ribas de Sil e Santa Cristina de Ribas de Sil. A sociedade pública Turgalicia oferece em seu site uma visita virtual à igreja rupestre do mosteiro de São Pedro de Rocas (concelho de Esgos), uma das fundações monásticas mais antigas da Ribeira Sacra e de toda a Europa, cuja origem remonta ao século VI.
Um mapa editado pelo Ecomuseu de Arxeriz indica os principais pontos de interesse deste grande conjunto monumental. A associação cultural Colado do Vento publicou um guia do património românico do concelho de Sober (em galego). Outra associação, Amigos do Românico da Comarca de Chantada, apresenta em seu site uma galeria de fotos das igrejas românicas dos concelhos de Chantada, Taboada e Carvalhedo. Neste site pode ver-se um calendário com imagens de igrejas e mosteiros da Ribeira Sacra da província de Ourense, editado pela associação O Sorriso de Daniel. O portal Arteguias.com dedica um pequeno espaço a este patrimônio (em espanhol). O portal Círculo Románico apresenta imagens das igrejas de Santo Estevo de Chouzán, São Miguel de Eiré, Santa Maria de Ferreira, São Paio de Diomondi, São Lourenço de Fión, São Vicente de Pombeiro, São João de Portomarim, Taboada dos Freires, São Facundo de Ribas de Minho, Santo Estevo de Ribas de Sil e Santa Cristina de Ribas de Sil. A sociedade pública Turgalicia oferece em seu site uma visita virtual à igreja rupestre do mosteiro de São Pedro de Rocas (concelho de Esgos), uma das fundações monásticas mais antigas da Ribeira Sacra e de toda a Europa, cuja origem remonta ao século VI.
Igreja de Nogueira de Minho, Chantada (Foto Alberto López) |
O Centro do Vinho da Ribeira Sacra
(no concelho de Monforte de Lemos) acolhe uma exposição permanente sobre a
história da viticultura na
região. O Ecomuseu de Arxeriz (concelho do Savinhão) dedica
uma seção às tradições vinícolas da Ribeira
Sacra. O museu de etnografia do concelho de Quiroga expõe uma coleção de antigos utensílios relacionados com a elaboração do vinho.
Igreja de São João da Cova (Foto Alberto López) |
Rotas turísticas
A empresa Maisqueromanico
oferece visitas
guiadas a estes monumentos,
com serviço em várias línguas. Na região há uma Rota do Vinho que compreende adegas,
hospedagens e outros estabelecimentos.
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